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Os rostos do Mercado Escola

  • lauras05
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

A vida por trás das bancas da UFMS


Anna Bruschi, Luiza Ferraz, Milena Yuka e Sophia Lescano


Tradição na agricultura familiar, plantação orgânica da família Barbosa (Foto: Chácara Meu Canto)
Tradição na agricultura familiar, plantação orgânica da família Barbosa (Foto: Chácara Meu Canto)

À primeira vista, o Mercado Escola da UFMS pode parecer apenas mais uma feira. Bancas organizadas, pessoas circulando, cheiros e cores de produtos que vão de verduras fresquinhas a peças de artesanato indígena. Mas, basta parar um pouco diante de cada expositor para perceber: o que está à venda não são só produtos.

 

Cultivo com idosos

 

Entre as mudas de ervas medicinais e de frutos está o professor Manoel Antônio Barbosa, 57 anos. Servidor público, ele coordena um projeto de extensão com cerca de 30 idosos. “Eles vão semanalmente para a horta agroecológica na FAMEZ (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia), cuidam das plantas e agora podem vender o que produzem”. Toda a renda retorna ao projeto, garantindo irrigação, sementes e ferramentas. “Produzir a gente já sabia, mas vender é um desafio novo. O Mercado Escola abriu essa porta.”

 

O artesanato que nasce do rio

 

Olga Alves Ribeiro, de 56 anos, vende bolsas e tapetes feitos de aguapé, planta retirada das margens dos rios no Pantanal. O trabalho, que aprendeu com a avó Josefina, atravessa gerações da etnia Guató. “Minha mãe começou a vender aqui, mas não pôde vir essa semana. Eu senti no coração de assumir no lugar dela”. O processo da produção é longo: colher, secar, trançar e costurar. O mais difícil, segundo ela, é trazer a matéria-prima da beira do rio. “É cansativo, mas é a porta que Deus abriu pra nós. Aqui é um processo, um dia você vende mais no outro menos, é gradativo”.

 

 Da crise à arte

 

A pandemia mudou a vida de Sebastiana Batista, 63 anos, artesã Terena. Formada em Linguística e Gastronomia, viu-se sem emprego e encontrou na argila um novo caminho. “Meus primeiros bonecos eram horríveis, mas não parei, fiz curso e me aperfeiçoei. Hoje viajo para Bonito, Brasília, participo de feiras, tudo com a minha arte. A argila é minha terapia.” No Mercado Escola, ela se sente acolhida: “Aqui tem teto, estrutura. É diferente de outras feiras em que a gente corre da chuva. Para mim está ótimo.”

 

O olhar jovem

 

Na banca de verduras orgânicas, quem atende é a estudante Lavínia Barbosa, de 17 anos. Ela cresceu vendo os pais cuidarem da horta na saída para Terenos e agora ajuda no trabalho. “O orgânico em Campo Grande ainda é pouco reconhecido e caro. Aqui a gente consegue mostrar para as pessoas o valor do nosso esforço”, diz. O processo é cuidadoso: molhar cedo, proteger do sol, limpar os canteiros, vigiar pragas. “É como um bebê, que precisa de atenção o tempo todo”.

 

No sabor da pururuca

 

Em sua banca, Rosana Figueiredo, de 42 anos, vende pururuca e torresmo crocantes. “É a primeira feira que participo e já estou adorando. Todo mundo que prova elogia”, conta animada. Mesmo revendendo de um produtor de Aquidauana, Rosana se vê motivada pelo contato direto com o público: “A cada quinta-feira, a gente aprende mais e melhora.”

 

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