Casos prováveis de Chikungunya disparam em MS: confira como se prevenir
- MILENY RODRIGUES DE BARROS
- 27 de out.
- 3 min de leitura
Com mais de 7 mil casos, a doença apresenta crescimento expressivo em diversas cidades do estado
Gustavo Henn, Mariana Viana e Sarai Brauna

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) lançou, no dia 16 de setembro, o boletim epidemiológico da 37ª Semana de Chikungunya e Dengue em Mato Grosso do Sul. O que chamou atenção foi o aumento de casos prováveis de chikungunya em 2025 em comparação a 10 anos atrás, diferente da dengue — também causada pelo mosquito Aedes Aegypti —, que teve baixa em comparação a anos anteriores. Desde o início de 2025, foram confirmados 7.298 casos de Chikungunya no Estado, com 16 óbitos em decorrência da doença.
Mato Grosso do Sul também aparece na linha vermelha do mapa de incidência de casos prováveis da doença em 2025, sendo 13.458 até setembro. Em 2024, foram 2.766 no mesmo mês, cerca de cinco vezes menos. Vale destacar que, nos dados apresentados pela SES, casos prováveis englobam aqueles que estão em investigação, casos confirmados e ignorados.
Apesar da diferença entre 2025 e anos anteriores, 2023 e 2024 foram anos de alta da chikungunya e dengue no país. Durante o período, o governo federal desenvolveu diversas campanhas contra as doenças, inclusive manuais e planos de ações para redução dessas e de outras arboviroses, que são doenças transmitidas por insetos, como mosquitos e carrapatos.
Segundo o médico infectologista, professor e pesquisador da Fiocruz, Júlio Crod, da UFMS a tendência é que os casos diminuam, já que não é possível que uma pessoa contraia a doença duas vezes, pois é desenvolvida uma imunidade vitalícia., Houve uma grande epidemia de chikungunya em 2023, em Ponta Porã. Agora, há uma circulação novamente no Estado. Quando há uma população suscetível, nós teremos epidemia, a depender dessa condição local: pessoas que nunca adquiriram a doença, a presença do vetor e essa transmissão sustentada”.
Assim, para se prevenir da doença, o especialista explica que os cuidados são semelhantes aos adotados para evitar dengue, zika e febre amarela urbana, transmitidas pelo mesmo mosquito. Por isso, mais do que cuidados pessoais, é fundamental que a população esteja atenta para preservar os ambientes em que vivem, como casas e locais de trabalho, para que os vetores não se proliferem. Para evitar a contaminação da doença, além do uso de repelentes em locais com alta incidência de mosquitos, também é recomendado evitar a reprodução do vetor, com os seguintes cuidados:
Mantenha garrafas e recipientes de água fechados ou armazenados de cabeça para baixo;
Preencha vasos de plantas com terra ou areia;
Limpe recipientes de água para gatos e cachorros;
Não deixe água parada;
Remova folhas, galhos e qualquer coisa que impeça a água de correr pelas calhas;
Mantenha a caixa d' água sempre fechada;
Mantenha o saco de lixo bem fechado e longe do alcance de animais, até o serviço de recolhimento do lixo;
Se não levar os pneus para os locais de coleta, armazene em locais cobertos.
A acadêmica de Enfermagem na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Josiele Albuquerque, contraiu chikungunya em julho deste ano, após ser picada. A estudante afirma que sentiu diversos sintomas como febre, manchas vermelhas e dores no corpo, e procurou atendimento médico pelo SUS assim que começou a piorar. “As dores nas articulações foram as mais marcantes, porque é uma dor horrível, insuportável. Trouxe muita dificuldade para atividades simples do dia a dia, como caminhar e até mesmo segurar objetos com as mãos”.
Após 15 dias do diagnóstico, Josiele retornou à unidade de saúde para receber a prescrição médica dos medicamentos para tratar a chikungunya. A estudante também conta que familiares que moram com ela também foram diagnosticados com a arbovirose, o que reforça a importância de combater a disseminação do mosquito.
Com sintomas parecidos, a chikungunya é comumente confundida com a dengue, pois apresentam em comum febre alta, manchas vermelhas no corpo e dores nas articulações. “No início, é muito difícil diferenciar a dengue da chikungunya. Sempre é recomendado que quem apresenta sintomas de febre, dor no corpo, vermelhidão, dor na articulação, procure a uma Unidade Básica de Saúde e faça o teste específico para dengue, zika e chikungunya. Para quem teve diagnóstico confirmado, se a dor nas articulações permanecer, precisa buscar um tratamento mais específico para essa dor, que pode piorar”, explica Croda.
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou que, através da coordenadoria de controle a endemias, têm sido intensificadas as ações de combate ao Aedes Aegypti, como visitas domiciliares para identificação e extermínio de criadouros, circulação do fumacê em regiões de maior incidência e ações educativas. Além disso, a secretaria afirma que, embora a vacina para a chikungunya tenha sido aprovada pela Anvisa em abril deste ano, o imunizante ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).






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