Elefante Branco
- lauras05
- 17 de abr.
- 2 min de leitura
Futuro Hospital Municipal de Campo Grande segue no papel e tem prazo até julho de 2026.
Texto e fotos: João Antônio e Rafaela Palieraqui


Inovador, moderno, tecnológico são alguns adjetivos que podem descrever o futuro Hospital Municipal de Campo Grande. Por outro lado: longe, sem acessibilidade e caro pode ser também descrito por moradores da capital sul-mato-grossense.
O projeto criado há uma década, continua na espera de ser materializado. Com previsão de realizar mais de 20 mil procedimentos por mês, a obra foi aprovada em 1º de julho de 2024, na gestão da prefeita Adriane Lopes. Após a fase licitatória, a entrega foi estipulada para 2026, porém, segue estagnado.
Segundo a prefeitura, o hospital contará com 259 leitos – divididos entre pediátricos, adultos, enfermarias e CTI –, além de uma UTI, 10 salas de cirurgia, 53 consultórios especializados e 19 salas de exames de imagem. A estimativa é de que o hospital suporte até 1,5 mil internações e mil cirurgias mensais, sendo 100% operado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Construção e orçamento
Conforme a prefeitura, o complexo será construído na rua Augusto Antônio Mira, no bairro Chácara Cachoeira, por meio do modelo “Built to Suit”, um tipo de locação que busca atender as necessidades do locatário.
O orçamento da obra é de R$ 210 milhões, enquanto os móveis, equipamentos médicos e hospitalares devem custar cerca de R$ 80 milhões. Além disso, a Prefeitura prevê um investimento de R$ 20 milhões para serviços de manutenção, que ficarão sob responsabilidade da empresa responsável pela construção, ou seja, serão terceirizados.
O pagamento será feito apenas após a conclusão da construção, prevista para julho de 2026.
Longe da periferia
Apesar da grande expectativa, o hospital municipal será construído em um bairro nobre, próximo ao Bioparque Pantanal, Parque das Nações Indígenas e o Shopping Campo Grande. Mesmo sendo um complexo 100% gratuito, sua localização pode dificultar o acesso da população periférica, que depende de transporte público ou outras opções mais baratas para chegar ao local.
Para José Araújo, morador do Chácara Cachoeira, a cidade deveria ter hospitais espalhados por diferentes regiões. “É o primeiro hospital principal daqui de Campo Grande. Eu acho que como primeiro ele não deveria estar numa área nobre. Ele deveria estar numa área que atendesse os bairros mais necessitados”, diz o morador.

Outra moradora, dessa vez do centro, também não concordou com a localidade do complexo. Marilene diz que nunca ouviu falar sobre o futuro hospital, mas entende que deveria ser construído para a população mais carente.
Já em Nossa Senhora das Graças, bairro localizado no norte do município, a dona de casa Andrelina, conta não saber muitas informações sobre o projeto. “É longe, mas é bom ter um hospital a mais, não é? Por mais que seja longe. Precisa porque não estão dando conta dos doentes”, conta a idosa. Mesmo assim, ela reconhece que a distância pode ser um problema para muitas famílias.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde - Sesau para entender o atual estado da construção e, ter informações da empresa contratada e a escolha da localização. Entretanto, a secretaria não respondeu.
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