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Comércio de importados enfrenta insegurança nas vendas

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O sobe e desce do dólar americano causa preocupações a lojistas de Campo Grande


Anne Evelyne Haeckel,Milena Melo e Sandy Ruiz



A queda do dólar registrada na terça-feira (4) mostra um cenário que se contrapõe aos registros de dezembro de 2024, quando a moeda norte-americana disparava no mercado a R$6,18. O início de 2025 já é marcado por quedas do dólar que encerrou o primeiro dia útil do ano a R$6,16. Já na terça-feira o valor cotado para a moeda foi de R$5,77, uma diminuição de 6,33%. 

Essa foi a primeira vez que o dólar fechou abaixo da linha de 5,80 desde 19 de novembro. Isso marca a décima segunda sessão consecutiva de queda da moeda no mercado local e  define a maior sequência de quedas diárias em 20 anos. 

A alteração do valor da moeda impacta diretamente na economia de pequenos e grandes negócios em Mato Grosso do Sul. Apesar do agronegócio ser fortemente afetado, a influência da moeda também está no valor de produtos importados que fazem parte do cotidiano e no poder de compra da população.

O economista Eugênio Pavão explica que um dos motivos para esse aumento no final do ano passado é devido à descrença dos investidores estrangeiros na política fiscal do país. Entretanto, com as novas políticas do governo Trump e os esforços ativos do Governo Federal de introduzir o dólar no mercado nacional por meio do Banco Central, é possível observar um padrão de queda no preço da moeda. 

Pavão também fala que uma das medidas que comerciantes de produtos importados podem usar para contornar o aumento do valor dos produtos é comprar produtos nacionais ou de marcas internacionais, mas fabricados no país, porém isso nem sempre é possível.  “Existem produtos que só têm origem em importação então não tem como fugir disso, tem que comprar o importado mesmo com o preço mais caro”.

Esse é o caso da loja Comercial Daiji, que existe há mais de 20 anos e comercializa produtos alimentícios orientais. João Pedro Mori Viana, de 21 anos, trabalha na loja da família e conta que a taxação e o frete são os principais problemas enfrentados na hora de precificar os produtos. 





O economista Pavão complementa que o dólar tem grande participação no país e que parte do petróleo usado é comprado no exterior, especialmente para a transformação em diesel. Com isso, o valor do transporte de mercadorias também tende a encarecer e  afetar produtos como alimentos, roupas, transporte de eletrônicos, perfumes que dependem desse frete. “Todos os produtos são transportados por rodovia e ela tem um impacto na alta do dólar que se esparrama pela economia. Aumenta o dólar, aumenta o curso do transporte e isso impacta na inflação”, completa o economista. 

Celine Marques, de 21 anos, costuma comprar produtos de beleza e comidas de origem coreana em lojas virtuais. Ela comenta ter notado o aumento nos preços dos produtos e no frete e que isso refletiu na sua decisão de compra. “Eu penso muito bem antes de comprar algo para ver se realmente vale a pena ou se espero por uma promoção do produto”.

Mesmo com os valores aumentando, Celine prefere continuar com os produtos coreanos, como produtos de beleza e ingredientes para pratos típicos. Apesar disso, ela tem procurado alternativas nacionais em se tratando de cosméticos. “Com o aumento dos produtos, tive que adaptar minha forma de consumir. Pesquisar por produtos nacionais que sejam semelhantes aos cosméticos coreanos é uma dessas formas”.


Taxação de importados


A taxa de importação atualmente é de 20% para compras até US$50 e 60% para compras acima desse valor. Além disso, a tributação total é o conjunto do imposto de importação com o ICMS. Essa taxa é o que normalmente deixa um produto importado em alto valor, mesmo com a queda do dólar.

Segundo divulgação feita em dezembro pelo Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), em alguns Estados o percentual do ICMS aumentará para 20%, que até o momento se mantém em 17%.


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